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Morre Miltinho, o empresário que marcou as noites de Itaperuçu

Itaperuçu amanheceu mais silenciosa nesta sexta-feira. Faleceu Miltinho, o lendário fundador do Kovalink — a casa noturna que, por mais de 30 anos, movimentou as madrugadas na entrada da cidade e acolheu muitos corações solitários.

Figura conhecida na região, Miltinho dizia ser um “empresário do ramo afetivo”. Com um olhar criterioso, selecionava pessoalmente seu elenco feminino. Costumava brincar dizendo que “as bonitas atraíam, mas eram as feias que davam lucro”, pois, segundo ele, alguns homens sentiam-se intimidados pela beleza.

Durante décadas, o Kovalink foi mais do que um prostíbulo. Com iluminação baixa, música ambiente e paredes que já ouviram de tudo, o local funcionava como um refúgio emocional para muitos. Para alguns, era até uma espécie de CAPS informal, onde, por R$100 a hora, buscavam o que não encontravam em casa: um afeto passageiro, um abraço, um pouco de atenção.

Miltinho, porém, não escondia sua frustração com os clientes que prometiam amor eterno às funcionárias. Ele dizia que muitos iludiam as mulheres com juras de casamento e promessas de uma vida melhor — o que, para ele, atrapalhava os negócios.

Mesmo sendo um ícone de Itaperuçu, Miltinho será velado em Bocaiúva, longe da cidade que lhe rendeu histórias, fama e sustento. Resta agora a memória de um personagem único, que, com seu jeito peculiar, marcou gerações.

E a pergunta que fica no ar: quem nunca ouviu falar no Kovalink?

Fonte: Jornal Expresso